André Diniz da Silva, mais conhecido como André Diniz, professor, escritor e gestor público, nasceu em Niterói no dia 20 de novembro de 1969. É filho único de Maria de Lourdes Diniz e Izaquiel Inácio da Silva. Viveu sua infância nos bairros do Caramujo e no centro da cidade. Estudou no primário entre o ensino público e particular, especificamente nos colégios Alberto de Oliveira, Centro Educacional e Externato São Jorge. No ensino médio frequentou os colégios Gay Lussac, Plinio Leite e Itapuca. Todos na cidade de Niterói.

Em 1989, entra na PUC-Rio para o curso de História, onde ganha o apelido de Mangueira – fruto de sua paixão pela escola e por usar constantemente as cores da agremiação. No ano seguinte faz novamente vestibular e passa a cursar História na Universidade Federal Fluminense (UFF). Se forma em 1995 ao defender a monografia sobre “História e narrativa em La muerte de Artemio Cruz”, livro do escritor Carlos Fuentes. É no começo dos anos 90 que começa sua militância no movimento estudantil.

Filiado ao Partido dos Trabalhadores aos 18 anos participa ativamente das eleições na UFF. Em 1992, monta uma chapa para o Diretório de História (DA) com Adriana Facina, atual professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em oposição a Alessandro Molon, atual Deputado Federal e Juliana Carneiro, atual professora da Universidade Federal Fluminense. No mesmo ano,  ajuda a organizar as manifestações do movimento estudantil para o impedimento do Presidente Fernando Collor de Melo. A participação na política da cidade o impulsiona para sua primeira candidatura a vereador pelo PT.

Na década de 90, ministra aulas nos colégios Itapuca, Acadêmico, Escola Nossa, La Place, Gaia, Argumento, todos em Niterói, e no circuito das escolas judaicas no Rio, Eliezer, Max Nordau e Liessin. Termina o mestrado em Memória Social da Música Brasileira, na UNI-RIO, com a dissertação sobre o flautista Joaquim Antônio da Silva Callado, considerado um dos pais do choro carioca. Começa a lecionar nas universidades Salgado Oliveira, Estácio de Sá e Cândido Mendes. Também desenvolve a função de assessor político do então Deputado Estadual Godofredo Pinto.

Em 2002, com Godofredo Pinto prefeito de Niterói, assume a Subsecretaria de Cultura que era ligada à Secretaria de Educação na gestão da professora Maria Felisberta Trindade. Com a recriação da Secretaria de Cultura, continua subsecretário de Marcos Gomes. Em 2004 é eleito vereador pelo PT. Vira líder da bancada, Presidente da Comissão de Cultura e Educação e, posteriormente, Presidente do PT.  Em 2007, assume a Secretaria de Cultura. Na gestão da pasta, cria o Conselho Municipal de Cultura, descentraliza as atividades culturais na cidade, inaugura o Teatro Popular Oscar Niemeyer e implanta uma política de editais. Disputas as prévias do PT para candidatura de prefeito em 2008 com o então Deputado Estadual Rodrigo Neves. Com a participação de quatro mil filiados é derrotado por 26 votos nas eleições internas. Se candidata a vereador e é reeleito. Seu mandato consolida algumas leis importantes na cidade: as precursoras “Lei Gay”, como ficou conhecida à época, com o vereador Paulo Eduardo, que reconhece herdeiros do mesmo sexo para fins previdenciários; a Lei da Transparência, com o vereador Wolney Trindade, onde o Executivo é obrigado a prestar contas de seis em seis meses dos seus investimentos na cidade através de audiências públicas e divulgação em redes sociais e jornais. A lei mudou a Constituição do município para favorecer o maior controle da sociedade sobre os gastos públicos, e, por fim, a Lei de Incentivo à cultura, aprovada na Câmara, mas vetada pelo prefeito Jorge Roberto Silveira. Posteriormente, como Presidente da Fundação da Arte de Niterói, e na gestão do prefeito Rodrigo Neves, a lei seria aprovada como mensagem do Executivo.

Em 2011, é convidado pela Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, para assumir a chefia do Ministério no Rio de Janeiro e no Espirito Santo. Reorganiza todas as funções do Prédio do Capanema, inclusive dando início ao seu restauro. Seleciona as cidades para receberem as Praças do CÉU (Centro de Arte e Esporte Unificados) e cria um corpo de profissionais para dar suporte aos pontos e pontões de cultura. A pedido do candidato a prefeito Rodrigo Neves, sai do Ministério e volta para Niterói. Perde a eleição de vereador e é nomeado pelo novo prefeito Presidente da Fundação de Arte de Niterói (FAN).

À frente da FAN durante as duas gestões do Prefeito Rodrigo Neves, entre 2012-20, por onde passaram os secretários de cultura Arhur Maia, Marcos Gomes e Vitor de Wolf, reinaugura o Teatro Popular Oscar Niemayer,  retoma as atividades da Companhia de Balé, inaugura o Reserva Cultural, uma parceria público-privada – a primeira na história de Niterói -, reforma o Museu de Arte Contemporânea (MAC), inaugura a Sala Nelson Pereira dos Santos,  inaugura o CÉU (Centro de Artes Unificadas), consolida a política de editais para todas as linguagens artísticas, implanta o sistema municipal de cultura, lança o programa “Niterói: cidade do audiovisual”, cria um histórico circuito de apresentações na cidade de musicistas e músicos renomados no país e inaugura e amplia o fomento aos pontos e pontões de cultura. A FAN é uma das primeiras a dar licença paternidade para casal do mesmo sexo sem a necessidade de uma ação judicial. Em 2020, com a eleição do prefeito Axel Grael, vira Secretário de Ações Estratégicas e Economia Criativa.  

A carreira acadêmica e de escritor manteve paralela às atividades da vida pública. Seu primeiro livro é resultado das aulas que ministrava de história da música nas universidades Candido Mendes e Universo, o Almanaque do Choro, lançado pela Editora Zahar, em 2003.  Com o êxito do lançamento, a Editora encomendou o Almanaque do Samba que figurou durante semanas entres os mais vendidos na lista do Caderno B, suplemento cultural do Jornal do Brasil.  Contratado pela Editora Moderna, onde é coautor das biografias infanto-juvenis de Pixinguinha, premiada como altamente recomendável pelo Instituto Nacional do Livro, Braguinha, Noel Rosa, Paulinho da Viola e Adoniran Barbosa, proferiu palestras durante dois anos sobre música e história do Brasil em quase todos os Estados do país. Foram centenas de palestras e conferências em universidades, escolas e espaços públicos.

Em 2004 passou para o doutorado em Literatura Brasileira na Pontifícia Universidade Católica (Puc-Rio), sob a orientação do professor Júlio Diniz, mas a vida pública não permitiu que terminasse seus estudos sobre a obra do historiador José Ramos Tinhorão. Em 2011, aprovado no doutorado em literatura comparada na UFF, com o mesmo objeto de pesquisa e sob a orientação da professora Lívia Reis, também teve dificuldade de conclusão dos seus estudos. Em 2018, finalmente ganhou o título de doutor em Geografia Cultural, na mesma UFF, sob a orientação do professor Jorge Luiz Barbosa, e tendo como objeto de estudo os bailes black no Rio de Janeiro dos anos 70.  Confira seus inúmeros artigos e ensaios sobre cultura popular e suas obras publicadas: